Introdução: A fé como vitrine? Hoje, ostenta-se mais a carteira do que a cruz. Muitas vezes, a fé cristã é apresentada como vitrine — um produto que promete sucesso, conforto e poder de compra. E, em muitos casos, tem sido consumida exatamente assim. No Brasil, esse culto ao ter não é mera percepção — ele se confirma nos dados. O segmento de luxo no país movimentou impressionantes R$ 74 bilhões em 2022 , com projeções de atingir R$ 130 bilhões até 2030¹ . Em São Paulo, o consumo de ultraluxo cresce cerca de 18% ao ano² , posicionando a cidade como o principal centro de consumo de alto padrão da América Latina. No Rio de Janeiro, o cenário também impressiona: a cidade figura entre as mais caras do mundo para artigos de luxo³ e lidera o turismo de alto padrão⁴. Em meio a tudo isso, é impossível não perguntar: Qual é o lugar da cruz nesse novo templo da imagem? O que o evangelho tem a dizer quando a fé é reduzida à performance e a espiritualidade à estética? A ostentação embasa o eva...
Reflexões cristãs para tempos difíceis